desvaneio 0.2
Era uma vez, em uma terra tão, tão distante de tantas outras, uma pequena grande garota. Ingênua, um pouco boba, às vezes triste, mas sempre sorridente.
Ela se questionava sobre a vida, o mundo e o universo ao seu redor. Não entendia como nada funcionava, tão pouco se algum dia seria capaz disso. Mas mesmo assim, ela se deitava e observava o teto, pensando em tudo e nada ao mesmo tempo.
Nesses momentos, se questionava sobre a sua existência e tudo o que já fez até então. Se partisse hoje, iria sem arrependimentos? Teve uma boa vida? Ela sempre soube a resposta.
Não, para ambas as perguntas. Porque, talvez, mesmo vivendo no limite e fazendo tudo o que o coração desejar, o arrependimento e a insatisfação continuarão sempre ali.
Não a entendem mal, por favor. Na verdade, ela nem viveu tanto assim. Claro que teve os seus momentos altos e baixos, mas quase nunca extraordinários.
Em muitos dias, essa garota parava o que fazia e se permitia pensar, imaginar. Como seria a sua vida perfeita? Algum dia, irá acontecer tudo o que sonha? Uhum, ela nunca obteve uma resposta para essas perguntas e outras, porque o mundo é assim; misterioso.
Ao mesmo tempo, ela pensava sobre o passado. Tudo o que já a aconteceu ou deixou de acontecer, perseguindo-a em cada instante da sua vida. Um sufoco, um labirinto sem escapatória e um remoinho de pensamentos e emoções.
Pobre garotinha tola, tão ingênua e esperançosa. Sonha em ser grande, mesmo sendo tão pequena vista pelo universo. Sonha em ser especial, mesmo sendo somente mais uma a andar de ônibus com a cabeça encostada na janela. Sonha, muito mesmo, em ser amada, mesmo não sabendo se amar.
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